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Investigação participativa ao serviço da conservação da biodiversidade do Parque Nacional Marinho João Vieira - Poilão

Este projecto serviu para fornecer os instrumentos científicos para a gestão e monitorização do Parque Nacional Marinho João Vieira - Poilão, reforçando as capacidades colectivas das comunidades locais, dos investigadores nacionais e da equipa do Parque.

 

Objectivos do projecto:

1. Fornecer valores de referência e metodologias para um seguimento participativo a longo-prazo
2. Contribuir para avaliar os impactos das alterações climáticas sobre a biodiversidade
3. Reduzir a pressão reforçando a presença de actores no terreno, desenvolvendo acções de conservação e procurando alternativas juntamente com as comunidades de base
4. Produzir publicações científicas e materiais de divulgação e educação
5. Realizar o primeiro inventário da biodiversidade da zona, com vista simultaneamente à formação de investigadores nacionais
6. Documentar a utilização do espaço e dos recursos e medir os impactos e evolução prováveis

Duração do projecto: 2013 - 2017

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Monitorização anual das tartarugas marinhas na ilha de Poilão, arquipélago dos Bijagós
A ilha de Poilão é um local extremamente importante para a tartaruga-verde (Chelonia mydas), albergando a principal colónia para a espécie em África, terceira maior do Atlântico. Por esta razão, o Instituto da Biodiversidade e Áreas Protegidas (IBAP) da Guiné-Bissau organiza uma campanha anual de monitorização em Poilão, com os principais objetivos de (1) assegurar a presença de equipas de conservação que protejam a grande concentração de tartarugas reprodutoras durante este período sensível, e (2) monitorizar a abundância da população reprodutora ao longo dos anos. Durante o período deste projecto várias actividades de formação foram realizadas para melhorar as técnicas de monitorização das equipas locais.

Além disso, estudos científicos também foram realizados para entender os impactos da mudança climática sobre as tartarugas-verdes.

 


Selecção de local de nidificação e sucesso reprodutivo
Uma vez que as tartarugas marinhas dependem de praias arenosas para colocar os seus ovos, elas são particularmente vulneráveis ​​à subida do nível do mar, que causará perdas do habitat de desova. Para entender como as tartarugas marinhas responderão a essas mudanças, é necessário avaliar o estado das populações e habitats no actual cenário climático. Durante a campanha de monitorização de 2013 e 2014 em Poilão, um estudo analisou a distribuição espacial de 1559 ninhos e monitorizou 657 fêmeas durante a oviposição, para avaliar as preferências individuais em relação ao local de desova. As preferências individuais na seleção do local de desova levaram a trade-offs no fenótipo das crias, mas no geral, a maioria das fêmeas selecionou locais que aumentaram sobrevivência das crias, sugerindo que a seleção do local de desova é uma característica adaptativa que tem estado sob seleção.

Leia o estudo completo
aqui.
 

Previsão da proporção de sexos da tartaruga-verde em Poilão, Guiné-Bissau
A determinação do sexo das tartarugas marinhas está intimamente ligada à temperatura de incubação dos ovos. Mudanças nas temperaturas médias a longo prazo podem levar a um enviesamento exagerado da proporção entre os sexos numa população, o que terá sérias implicações para sua sustentabilidade. Nesse contexto, um estudo analisou a razão sexual das crias de tartaruga-verde de Poilão. Os reultados do estudo revelaram que o sex ratio em Poilão é relativamente equilibrado, e que tanto a variação temporal quanto espacial nas condições de incubação sugeriam resiliência e potencial de adaptação às mudanças climáticas, se o habitat de desova permanecer inalterado. Estes resultados reforçam a importância de Poilão para a conservação futura das tartarugas-verdes.

Leia o estudo completo
aqui.

Financiamento:

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Parceiros:

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